23 de janeiro de 2016

Tudo sobre o movimento Genderless


Se você acessa a internet e gosta pelo menos um pouquinho de moda, já deve ter ouvido falar do movimento Genderless, uma onda que tem feito a cabeça dos estilistas, e tem tudo a ver com o momento atual da sociedade.
Genderless é um movimento que se refere a moda sem gênero, ou seja, roupas que podem ser usadas tanto por homens, quanto por mulheres, sem essa de ser masculino ou feminino.



Embora o movimento seja algo que vem chegando com muita força atualmente, não é de agora que ele acontece. As primeiras amostras de moda genderless começaram a surgir no começo do século XX (sim, já tem quase um século!), lá pela década de 20, quando mulheres como Coco Chanel começaram a usar peças do guarda-roupa masculino em seu vestuário.
Mesmo que a gente já brinque com essa coisa de feminino e masculino na moda à um bom tempo, é agora que o movimento Genderless começa a ganhar mais voz, graças a atual sociedade em que vivemos. A roupa não significa nada além de que você gosta daquela peça. Nada de sexualidade envolvida. Nada de masculino ou feminino. Uma roupa é só uma roupa.

 

Uma das coisas que marcou a discussão sobre a neutralização de gêneros nas roupas, foi quando o modelo Andrej Pejic começou a desfilar nas passarelas para coleções masculinas e femininas.
Andrej (hoje Andreja), abriu a porta para várias outras modelos transgêneros, como a brasileira Lea T.

 

O que à muito foi visto como transgressão, agora (felizmente), se torna comum. Nada de rosa para meninas e azul para meninos. O mundo é feio de meninas, meninos e meninas-meninos. Mulheres podem usar terninhos, e (por que não?) homens usar saias.
Cada vez mais marcas apostam em desfiles com coleções "salada mista", mulheres e homens vestindo o mesmo look, saias para homens, e inclusão total.


Uma coisa que, infelizmente, ocorre bastante quando se fala sobre Genderless, é as pessoas enxergarem apenas um lado da moeda. Como assim? Simples: mulheres podem usar terninhos e sapatos masculinos, mas homens não podem usar saia.
Desculpe, querido colega, mas se você pensa assim, está sendo completamente hipócrita e injusto.
Não estamos falando de tomboy ou boyish, usando uma peça do namorado, mas sim do "podemos ser tudo que quisermos". Isso é Genderless. Sem gênero, sem preconceito. E é muito fácil querer as vantagens de algo só para você, não é?


Pode parecer estranho agora ver um homem usando uma saia, como por exemplo Jaden Smith, o filho de Will Smith que confessa não ver gênero nas roupas e já é adepto de Genderless; mas você acha mesmo que todo mundo achou normal mulheres usando calças à cem anos atrás, quando revolucionárias feministas deram um basta naquele pano todo que nos torturava? Pois eu respondo: Não.

 

Definitivamente, o Genderless está se tornando cada vez mais popular. Até marcas mais conceituadas como Prada (acima) e Louis Vuitton (abaixo);  onde o já mencionado Jaden Smith posou para a coleção feminina; estão aderindo a essa nova onda.


Minha opinião sobre o movimento? Embora Genderless seja uma definição mais usada para a moda, não chamaria o movimento de um tendência. Chamaria de uma das revoluções da sociedade atual. Procuramos um mundo mais livre, com menos padrões, com menos rótulos. Hoje, um mundo onde os gêneros, onde se você brinca de boneca ou de carrinho não significa nada além do fato de você gostar de boneca ou de carrinho, faz parte desse nosso sonho de liberdade.
A moda sempre procura ser um reflexo da sociedade. Quando as mulheres se soltaram das regras machistas dos espartilhos e de serem donas de casa, a moda as acompanhou; e acho que isso é só mais um reflexo, mais um avanço da moda junto com a história e com a sociedade; com a história da sociedade.

Acho que, acima dos nossos gostos pessoais, deveria estar o respeito. Não importa se você vai ser uma menina usando saia, ou uma menina usando terno; um menino usando calça, ou usando saia. A única coisa que importa é você poder usar o que bem entender, sem rótulos, sem preconceito; apenas respeito e a noção de que a roupa é "só a roupa", e que o caráter vai muito além da discussão do "rosa ou azul?".

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