O vento sopra suavemente, balançando as folhas das árvores
com delicadeza, deliciando a todos com seu toque macio e aveludado, ainda não
mostrando toda a veracidade do calor que está por vir. A brisa da primavera,
percebo, não me remete apenas à lembranças positivas, ou ao começo de algo
novo. Depois de tanto tempo tentando entender o que se passava dentro de mim,
fui pega pela ideia mais boba que poderia surgir, mas também a mais verdadeira:
o vento é a representação mais pura da vida, dos sentimentos e também das
lembranças.
Soprando sempre para lados opostos, lembrando decisões que
precisamos tomar, trazendo aromas diferentes de acordo com seu caminho,
lembrando as lembranças que temos de acordo com nossas experiências, sendo as
vezes calmo e agradável, as vezes forte e destruidor, como todos os momentos da
vida.
O vento, em todas as suas formas, é um fiel amigo, que está
sempre ali, em todos os momentos, esperando a deixa certa para agir.
Depois de breve reflexão, penso que, depois de um tempo, até
mesmo o rastro do vento deveria ser transformado em outro.
A brisa suave da primavera toca levemente minha pele,
lembrando-me de sensações antes vividas, momentos bons, ruins, pessoas com quem
convivi, sentimentos e ações não tão calorosos, lágrimas dolorosas e instantes,
que, embora bons, não devem se manter congelados, emoldurados como a única
forma de se conseguir um sorriso.
Embora fiel amiga e companheira, muitas vezes uma brisa pode
ser cruel, e o mais suave de seus sopros pode gerar a mais terrível das tempestades
nos olhos de alguém, com simples palavras revividas por segundos, que geram
mais danos do que tornados e furacões.
A verdade sobre o sopro mutável do vento, é que assim como
tudo na vida, ele não é exatamente concreto, e nunca devemos esquecer de que,
hora ou outra, sua direção e intensidade muda, e aceitar não é nada além do
correto a fazer.
Embora novas brisas de primavera lembrem-me de ventos de
verões passados, espero que novos sopros delicados sejam sinais de novas
esperanças, lembranças e sentimentos. Assim como o vento, a vida muda em uma
constante onda de vendavais. Fechei os olhos, me deixei ir, como uma flor em
direção à nova brisa de primavera.
Amei seu blog. Adorei a postagem
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